sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Sossego Inquietante

Desde o dia que larguei a tua mão
As paredes parecem-me sussurrar.
Pela tinta branca ouço roer uma balada
Que não deixa sossegada
A minha mente ruminante.
Não é interessante o meu choro
Não é suficiente o meu carinho
Não é diferente a minha voz.
Encosto-me várias vezes ao dia
Às paredes geladas pelo tempo.
É em vão esperar por ti
Sabendo que já não me existas.
A tua mão parece soar pelo tecto,
Os teus cabelos parecem ocupar o chão,
A tua boca mordisca-me a orelha,
O teu corpo ocupa a minha cama.
Não existes e sinto-te.
Deito-me zangado,
Acordo zangado,
Penso nem sei porquê.
Sinto-me maluco por te ver,
Ouvir, tocar, beijar...
Não posso, não quero,
Não devo...
Mas quem me dera.
Odeio o quanto te adoro,
Adoro a razão de te odiar.

(04 de Outubro de 2009)

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