terça-feira, 9 de novembro de 2010

Punhos verbais

Uma mentira
Duas mentiras
A insegurança.
Uma verdade
Duas verdades
A perda.
Arrependo-me de ter acordado hoje
Arrependo-me por ter deixado o meu leito arrefecer
A verdade provocou-me defeito
Quem mais senão eles o poderiam saber.
O meu retrato é cheio de luz
O meu espelho reflecte-a
O meu coração destroí-a.
Uma troca de suspiros e berros
Não me deixam em paz.
Dois corações partidos pelo tempo
Manifestam-se por entre punhos verbais.
A minha mente não se cala
O meu corpo não se fica
E eu escorro o dia pelos olhos.
Um café não seca as lágrimas
Um cigarro não acalma a alma
A distância não merece compreensão.
Diz que é involuntário
E eu calo-me.
A história fica para os surdos
A vida fica para mim.

Sem comentários: