Uma mentira
Duas mentiras
A insegurança.
Uma verdade
Duas verdades
A perda.
Arrependo-me de ter acordado hoje
Arrependo-me por ter deixado o meu leito arrefecer
A verdade provocou-me defeito
Quem mais senão eles o poderiam saber.
O meu retrato é cheio de luz
O meu espelho reflecte-a
O meu coração destroí-a.
Uma troca de suspiros e berros
Não me deixam em paz.
Dois corações partidos pelo tempo
Manifestam-se por entre punhos verbais.
A minha mente não se cala
O meu corpo não se fica
E eu escorro o dia pelos olhos.
Um café não seca as lágrimas
Um cigarro não acalma a alma
A distância não merece compreensão.
Diz que é involuntário
E eu calo-me.
A história fica para os surdos
A vida fica para mim.
terça-feira, 9 de novembro de 2010
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
Sossego Inquietante
Desde o dia que larguei a tua mão
As paredes parecem-me sussurrar.
Pela tinta branca ouço roer uma balada
Que não deixa sossegada
A minha mente ruminante.
Não é interessante o meu choro
Não é suficiente o meu carinho
Não é diferente a minha voz.
Encosto-me várias vezes ao dia
Às paredes geladas pelo tempo.
É em vão esperar por ti
Sabendo que já não me existas.
A tua mão parece soar pelo tecto,
Os teus cabelos parecem ocupar o chão,
A tua boca mordisca-me a orelha,
O teu corpo ocupa a minha cama.
Não existes e sinto-te.
Deito-me zangado,
Acordo zangado,
Penso nem sei porquê.
Sinto-me maluco por te ver,
Ouvir, tocar, beijar...
Não posso, não quero,
Não devo...
Mas quem me dera.
Odeio o quanto te adoro,
Adoro a razão de te odiar.
(04 de Outubro de 2009)
As paredes parecem-me sussurrar.
Pela tinta branca ouço roer uma balada
Que não deixa sossegada
A minha mente ruminante.
Não é interessante o meu choro
Não é suficiente o meu carinho
Não é diferente a minha voz.
Encosto-me várias vezes ao dia
Às paredes geladas pelo tempo.
É em vão esperar por ti
Sabendo que já não me existas.
A tua mão parece soar pelo tecto,
Os teus cabelos parecem ocupar o chão,
A tua boca mordisca-me a orelha,
O teu corpo ocupa a minha cama.
Não existes e sinto-te.
Deito-me zangado,
Acordo zangado,
Penso nem sei porquê.
Sinto-me maluco por te ver,
Ouvir, tocar, beijar...
Não posso, não quero,
Não devo...
Mas quem me dera.
Odeio o quanto te adoro,
Adoro a razão de te odiar.
(04 de Outubro de 2009)
sábado, 16 de outubro de 2010
O amanhã não se sente
Sinto que algo de pérfido se aproxima.
Senti a alvorada inquieta desde muito cedo. O silêncio que me cerca é horrendo. O céu está pintado de choro e morte. A brisa que vem directa à minha face mal lavada é ressequida. Os animais já não se devoram uns aos outros.
Não passei a noite muito bem. Chego a pensar que me chega o dia que não queria presenciar.
Meu amigo alertou-me, por isso escrevo-lhe. Espero não a abrir em desespero. Já anteviu a batalha que se avizinha.
Não sei se sinto o amanhã. Tremo por cada vez que toco na erva, tremendo por pensar que poderá ser a última vez que lhe toco.
Há um desassossego em campo. Os meus homens desejam ver as suas amadas pelo menos mais uma vez antes do breve adeus. Tal como eu a desejo ver. Os meus olhos já não abrem como dantes. A minha voz já não intimida.
Donzela, pense em mim. Reze muito por mim. Pede que o meu fim seja outro. Eu sei que Deus Nosso Senhor abrigará as nossas almas. Tenho dois anjos da guarda de um lado, o seu e o meu. Nada de infernal poderá acontecer. Mas se acontecer chegará como sinal de minha morte o meu beijo.
Por mais escreveria mas os meus homens já se ergueram. As armas estão prontas. Os anjos estão prontos. Porém eu não estou pronto. Falta-me sentir os seus cabelos. A sua bondade, beleza, perfeição já se extingue do meu ser. O meu coração enche-se a pouco e pouco de pensamentos ruins. Desespero ao pensar que esta é a última bela carta que lhe escrevo.
Lute a meu lado, peço-lhe. A oração é mais forte do que os corações assombrados da guerra.
Espero que o seu leve toque tenha aberto a minha carta com esperança. Pois a esperança nunca há-de morrer em batalha.
Sem mais demora,
Espere por mim neste mundo ou no próximo…
(26 de Maio de 2009)
Senti a alvorada inquieta desde muito cedo. O silêncio que me cerca é horrendo. O céu está pintado de choro e morte. A brisa que vem directa à minha face mal lavada é ressequida. Os animais já não se devoram uns aos outros.
Não passei a noite muito bem. Chego a pensar que me chega o dia que não queria presenciar.
Meu amigo alertou-me, por isso escrevo-lhe. Espero não a abrir em desespero. Já anteviu a batalha que se avizinha.
Não sei se sinto o amanhã. Tremo por cada vez que toco na erva, tremendo por pensar que poderá ser a última vez que lhe toco.
Há um desassossego em campo. Os meus homens desejam ver as suas amadas pelo menos mais uma vez antes do breve adeus. Tal como eu a desejo ver. Os meus olhos já não abrem como dantes. A minha voz já não intimida.
Donzela, pense em mim. Reze muito por mim. Pede que o meu fim seja outro. Eu sei que Deus Nosso Senhor abrigará as nossas almas. Tenho dois anjos da guarda de um lado, o seu e o meu. Nada de infernal poderá acontecer. Mas se acontecer chegará como sinal de minha morte o meu beijo.
Por mais escreveria mas os meus homens já se ergueram. As armas estão prontas. Os anjos estão prontos. Porém eu não estou pronto. Falta-me sentir os seus cabelos. A sua bondade, beleza, perfeição já se extingue do meu ser. O meu coração enche-se a pouco e pouco de pensamentos ruins. Desespero ao pensar que esta é a última bela carta que lhe escrevo.
Lute a meu lado, peço-lhe. A oração é mais forte do que os corações assombrados da guerra.
Espero que o seu leve toque tenha aberto a minha carta com esperança. Pois a esperança nunca há-de morrer em batalha.
Sem mais demora,
Espere por mim neste mundo ou no próximo…
(26 de Maio de 2009)
Juras Desgovernadas
Pelo tempo que vivi
Juraste ser fiel ao meu apelo.
Todas as forças que usurpei
Foram lápidas aos teus cabelos.
O meu bastião não serviu-me de defesa,
A tua beleza esfolou o saibro de meus membros
Cuspiste sobre o requinte do meu édito…
Soubeste como romper com as tuas juras,
Rompendo também com o meu rubor,
Transladado desde que
Unimos as almas.
Conseguiste desgovernar a minha vontade.
Jamais outorgarei o meu olhar discrepante
A teu pai.
Daqui adiante jurarei sobre o sepulcro do meu povo
E sobre o bronze da minha espada
Jugular a tua mentira.
Para sempre,
Sem dita…
(25 de Maio de 2009)
Juraste ser fiel ao meu apelo.
Todas as forças que usurpei
Foram lápidas aos teus cabelos.
O meu bastião não serviu-me de defesa,
A tua beleza esfolou o saibro de meus membros
Cuspiste sobre o requinte do meu édito…
Soubeste como romper com as tuas juras,
Rompendo também com o meu rubor,
Transladado desde que
Unimos as almas.
Conseguiste desgovernar a minha vontade.
Jamais outorgarei o meu olhar discrepante
A teu pai.
Daqui adiante jurarei sobre o sepulcro do meu povo
E sobre o bronze da minha espada
Jugular a tua mentira.
Para sempre,
Sem dita…
(25 de Maio de 2009)
Batalha de Sentimentos
Não te descrimino se me olhas de lado,
Percorres-te todo este caminho para me veres.
Chega-me de longe a tua valentia
A tua beleza
O teu ódio sereno que ainda permanece nas guimbras
Do meu pensamento são.
À tua cinta vejo a lira que te ajudou a gritar,
Da tua boca são expelidas as palavras que tanto esperava,
Dos teus olhos vi a morte do mundo…
Andas perdida nos meus caminhos,
Segues as minhas pisadas informes,
Calas o meu sussurro desnorteado,
Andas deslumbrada pelo meu coração…
Lutar ainda mais para quê?
Sem a tua graça não sou nada.
Apesar de tudo,
O meu sangue é mais poderoso que o teu tear de vidas.
Percorres-te todo este caminho para me veres.
Chega-me de longe a tua valentia
A tua beleza
O teu ódio sereno que ainda permanece nas guimbras
Do meu pensamento são.
À tua cinta vejo a lira que te ajudou a gritar,
Da tua boca são expelidas as palavras que tanto esperava,
Dos teus olhos vi a morte do mundo…
Andas perdida nos meus caminhos,
Segues as minhas pisadas informes,
Calas o meu sussurro desnorteado,
Andas deslumbrada pelo meu coração…
Lutar ainda mais para quê?
Sem a tua graça não sou nada.
Apesar de tudo,
O meu sangue é mais poderoso que o teu tear de vidas.
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