Um quarto,
Um simples quarto
Cheio de sons que desaparecem
No momento
Em que os meus sons aquecem
Abafados pelo silêncio.
Grito para as suas paredes
Desesperado
Por que me sedes
O compasso
Nesta serenata tranquilizante.
Olho lá para fora
E vejo sem demora
Que o que passa corre num instante
Deixando-me angustiante
Nesta vida desenfreada.
Penso na secretária
Onde lutei contra a página contrária
Estudando horas para quase nada
Serrando os dentes por uma pessoa mal-amada.
Tranco a porta em duas voltas
Como se tivesse o quarto de escoltas
Mesmo que ninguém fosse entrar
Sinto que mais vale remediar.
Pontapeio tudo aquilo que não vejo
Aquilo que penso que não desejo.
Guerreio para apagar uma luz
Que nem sequer tem um interruptor que conduz
Aos meus sonhos rodeados pelos meus escolhos
Que não me deixam abertos os meus olhos
Aos horizontes que o meu quarto aparenta ter.
1 comentário:
Gosto particularmente deste :)
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