sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Impulsos Inconscientes

É preciso socorrer

Aqueles que por breves motivos

Não o deviam merecer

Que nas suas mentes ainda crescem

O que nas mentes dos outros a tempo amadurecem.


Por desejos incontroláveis

Criam-se momentos indesejáveis

Que jamais se tornarão a realizar

Se umas bebidas não se tomar.


De absinto a um copo cheio de tequilla

Todos bebem e ninguém refila

Se presente estiver o limão e o sal

Que torna um simples copo divinal.


Por um euro se toma

Um copinho que transforma

Uma alma sóbria e inocente

No reflexo de qualquer adolescente.


Por um copo que mata

Há alguém que remata

Que não há sequer guardanapos

Para acolher o bafo alcoólico dos mais fracos.


De mini diante mini

Não há bebida que define

O que alguém sempre sente

Quando se começa a sentir diferente.


Rápido passa a correr a noite,

E existe quem mereça um devido açoite

Pois quer por meios tristes abusar

Da saúde que tem e que Deus quis dar.


E por entre impulsos inconscientes

Rimo-nos de maneira diferente

E pretendemos olhar em volta

E ver uma cara amiga

Para tornar a nossa grande noite

Inesquecível e sem fadiga.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Sinto

Obviamente os melhores dias de uma vida...
Enfrento ficar preso às doces brisas que me refrescam o encanto...
Sentimentos avassaladores, involuntarios e inatingiveis...
Afagam-me o ombro onde pranto...
Choro lembranças e diásporas incríveis...
Um abraço salva, um beijo mata...

Doce Inverno, Falcão

Sou perseguido noite e dia,
Um falcão acompanha todos os passos que sigo.
Não tenho tempo suficiente para falar,
Desabafo com todos os dentes que tenho
Às mesas em que repouso
E aos heróis que me protegem.
As suas cores escuras passam por mim despercebidas,
Perco os sentidos e fico com um olhar vazio e arrepiado.
Atravessa-me o peito silvando gritos de falsidade mortal.
A minha única ajuda é o próprio falcão.
Peço-lhe que me pare de atacar,
Mas é em vão.
Como pode um simples falcão causar-me tantos danos?
Doce e amoroso e, no entanto, triste e caprichoso.
É inútil fugir às suas garras…
Desfaço com todas as forças que tenho
As enganadoras esperanças que pensa ter.
Cada vez que investe, investe com robustez
Retirando do meu ser infernal e inquieto
Um pedaço profundo como a noite escura.
Este tempo chega ao fim,
Faço frente ao seu sussurro penetrante
E persigo eu o falcão.

Divagações pelo meu quarto

Um quarto,
Um simples quarto
Cheio de sons que desaparecem
No momento
Em que os meus sons aquecem
Abafados pelo silêncio.
Grito para as suas paredes
Desesperado
Por que me sedes
O compasso
Nesta serenata tranquilizante.
Olho lá para fora
E vejo sem demora
Que o que passa corre num instante
Deixando-me angustiante
Nesta vida desenfreada.
Penso na secretária
Onde lutei contra a página contrária
Estudando horas para quase nada
Serrando os dentes por uma pessoa mal-amada.
Tranco a porta em duas voltas
Como se tivesse o quarto de escoltas
Mesmo que ninguém fosse entrar
Sinto que mais vale remediar.
Pontapeio tudo aquilo que não vejo
Aquilo que penso que não desejo.
Guerreio para apagar uma luz
Que nem sequer tem um interruptor que conduz
Aos meus sonhos rodeados pelos meus escolhos
Que não me deixam abertos os meus olhos
Aos horizontes que o meu quarto aparenta
ter.

Encontros na grande caminhada

Tempos radiosos, tempos de trovoada
Sigo eu a minha pessoal caminhada.
Por diversos jardins passo e desvendo,
Na maioria das vezes, nem sei se querendo.
Anjo como só o sei ser,
Evito pisar sem querer,
As doces e breves tulipas, açucenas
As indesejáveis e constantes arrudas sem penas
Tudo o que encontro me fere.
A meio do fim deparo e reparo
Que, na caminhada já feita,
Encontram-se seres esmagados aos molhos.
Caminho ao sabor do vento e cego
Uma viagem longa mas estreita

Sem ruas a dobrar.