segunda-feira, 11 de maio de 2009

A camponesa ganzada

Escondida atrás do milheiral,

Está a volumosa filha do Pascoal,

Cobiçada pela rapaziada do montão

Pelas suas intensas curvas

E pelo seu caduco cheiro a cão.

Trabalha noite e dia

Na horta da folia

Onde mesmo o Zé Zarolho

A vai ajudar a arrancar o repolho.

Nunca deixou uma hora de trabalho pa trás

Sabe bem que o mais pequeno detalhe a satisfaz

Até ao dia que encontrou no bolso da gabardine do papá

Umas quantas mortalhas

E da ganza melhor que há.

Desde então não quer mais tomates nem pila,

Da horta ainda hoje se vê a grande fila

Negra pelos sinais de fumo que a miúda tosse.

Mas a malta já não a quer,

Ela agora sorri alcatroada…

E em coro dizem sem mais nada:

Dentes podres não são coisa de mulher

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