Escondida atrás do milheiral,
Está a volumosa filha do Pascoal,
Cobiçada pela rapaziada do montão
Pelas suas intensas curvas
E pelo seu caduco cheiro a cão.
Trabalha noite e dia
Na horta da folia
Onde mesmo o Zé Zarolho
A vai ajudar a arrancar o repolho.
Nunca deixou uma hora de trabalho pa trás
Sabe bem que o mais pequeno detalhe a satisfaz
Até ao dia que encontrou no bolso da gabardine do papá
Umas quantas mortalhas
E da ganza melhor que há.
Desde então não quer mais tomates nem pila,
Da horta ainda hoje se vê a grande fila
Negra pelos sinais de fumo que a miúda tosse.
Mas a malta já não a quer,
Ela agora sorri alcatroada…
Dentes podres não são coisa de mulher
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