quinta-feira, 5 de março de 2009

Lágrimas de açúcar negro

Vejo tempestade

Num prado belo,

Vejo doces brisas

No meu próprio desespero.

Eu sou fraco,

Eu estou fraco

E chorei.

Que nem crocodilo,

Choro por mais do que não tenho.

Que nem mulher noiva,

Chorei lágrimas de alegria.

Que nem chita,

Deixei marcas

Do meu desgostoso lamento.

Sinto algo que me foge

E que eu persigo.

Sinto algo que me persegue

E do qual eu fujo.

Algo que os mortos também sentiram

E o deixaram em campo mal semeado.

Algo que os mortos não sentiram

E desconhecem a sua dor.

Algo que eu sinto

E não queria sentir.


Os cabelos ondulados

E negros como as noites em que te vejo,

A voz,

A voz que não me deixa em paz,

As tuas lágrimas,

Que se juntam às minhas

Ficam doces e limpam as nossas caras,

O teu preto

Que o comecei a ver azul

E a tua pura pele

Que põe a minha a suar…


Segredo-te a minha poesia,

Enquanto desperto,

Esperando que me escutes…

2 comentários:

Tiago Lopes Botelho disse...

Força!

Tu percebes ;)

Sandra Silva disse...

Bonitas palavras, que tentam, a meu ver, expressar o que a alma carrega, nesta peregrinação da vida!
Contudo, nelas consegues expressar sentimentos que nem todos o conseguem fazer.
Parabéns Edgar!