Vejo-me escondido a uma canto escuro,
Vejo-me de cara feia,
De uma pele suja e medonha.
Reparo que tenho as unhas roídas e pretas
E os cabelos imundos de suor impuro.
Não paro de bufar, gemer, tremer,
Agarrado de ambas mãos à cabeça.
Tento-me levantar aos poucos…
Caio incessantemente,
Arranhando a parede aflito por um apoio.
Tal como precisava deparei-me com algo cómodo
Que me ajudou a pôr em pé.
Presencio que estava sentado em cima de lixo,
Lixo irreconhecível tal como o que me está a acontecer.
Tento fugir o mais depressa que posso,
Mas as pernas rastejam pelo chão,
Como se houvesse algo que me puxasse para trás.
Olho à minha volta e não vejo saída,
O breu das paredes torna os meus pensamentos inúteis,
A claridade dos meus olhos fazem-me crer que estou preso,
O som que não se ouve deixa-me desperto,
O sabor do ar é repugnante.
Tenho a oportunidade de chorar,
Tenho a oportunidade de gritar,
Tenho a oportunidade de esquecer,
Tenho a oportunidade…
A oportunidade de acordar p’ra vida,
A oportunidade do momento,
A oportunidade do espontâneo,
A oportunidade…
De criar…
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
A menina dos teus olhos
Ouvi dizer que gostas dela,
Ouvi dizer que ela não te deixa dormir
Que ela te deu mais motivos para sorrir.
Ouvi dizer que já lhe segredaste,
Ouvi dizer que ela ocupa os teus olhos
Que lhe escreves bela poesia aos molhos.
Também já reparei,
Ela faz-te lembrar a companhia que faltava
Nas tardes de Agosto a admirar paisagens
Com vastas colinas e graciosas pastagens.
Também te compreendo,
Ela tem um certo charme caricato
Uma aparência doce como a sua voz
Um olhar de beleza atroz.
Imaginas-te a andar de baloiço,
A atirar pedras ao rio,
À lareira em tempo frio
De um tempo de nostalgia
Acompanhado
Pela ausência que lhe sentes.
Também eu já tive amores assim,
Amores não correspondidos, enfim.
Nunca mais lhes voltei a abrir a janela
Elas têm porta para entrar.
Dedicado a quem já o sabe.
Ouvi dizer que ela não te deixa dormir
Que ela te deu mais motivos para sorrir.
Ouvi dizer que já lhe segredaste,
Ouvi dizer que ela ocupa os teus olhos
Que lhe escreves bela poesia aos molhos.
Também já reparei,
Ela faz-te lembrar a companhia que faltava
Nas tardes de Agosto a admirar paisagens
Com vastas colinas e graciosas pastagens.
Também te compreendo,
Ela tem um certo charme caricato
Uma aparência doce como a sua voz
Um olhar de beleza atroz.
Imaginas-te a andar de baloiço,
A atirar pedras ao rio,
À lareira em tempo frio
De um tempo de nostalgia
Acompanhado
Pela ausência que lhe sentes.
Também eu já tive amores assim,
Amores não correspondidos, enfim.
Nunca mais lhes voltei a abrir a janela
Elas têm porta para entrar.
Dedicado a quem já o sabe.
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
É bem pago e quer-se bem efectuado
Às 11 e meia
Parto eu para a Invicta
Com uma mochila cheia de história
Que produz na minha memória
Vidas ingénuas e comprometedoras.
Olho em redor e vejo sem pudor
Uma mulher que faz pela vida
Pensamentos estranhos
De nojentos tamanhos
Que me provocam dor.
Aperto maior,
Jazem cá dentro
Pulmões rebeldes e sequiosos
Que pedem ofegadamente medicamentos manhosos.
Mas neste momento não respiro por doença
O que seria, se assim o podia,
Ver os seios que o meu bisavô também viu
Que agora estão bem lavados
E os levam bem caros
Por um momento boémio e de boa folia.
Não podem amar
É a sua profissão
Por uma melhor vida gritam
Fazendo-nos acreditar que não fitam.
O seu fim é o dinheiro,
São transparentes e não invisíveis,
Vêm de Bragança correm por Arada
É bem pago e quer-se bem efectuado
Mais caro por o tempo continuado
Fazem tudo a todos os níveis.
São mulheres de uma vida perdida
São mulheres de uma história enfurecida
São mulheres de um útero de pecado e ofício
De sítios de onde o homem retira o seu vício
E se torna ele também pecador.
Parto eu para a Invicta
Com uma mochila cheia de história
Que produz na minha memória
Vidas ingénuas e comprometedoras.
Olho em redor e vejo sem pudor
Uma mulher que faz pela vida
Pensamentos estranhos
De nojentos tamanhos
Que me provocam dor.
Aperto maior,
Jazem cá dentro
Pulmões rebeldes e sequiosos
Que pedem ofegadamente medicamentos manhosos.
Mas neste momento não respiro por doença
O que seria, se assim o podia,
Ver os seios que o meu bisavô também viu
Que agora estão bem lavados
E os levam bem caros
Por um momento boémio e de boa folia.
Não podem amar
É a sua profissão
Por uma melhor vida gritam
Fazendo-nos acreditar que não fitam.
O seu fim é o dinheiro,
São transparentes e não invisíveis,
Vêm de Bragança correm por Arada
É bem pago e quer-se bem efectuado
Mais caro por o tempo continuado
Fazem tudo a todos os níveis.
São mulheres de uma vida perdida
São mulheres de uma história enfurecida
São mulheres de um útero de pecado e ofício
De sítios de onde o homem retira o seu vício
E se torna ele também pecador.
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