segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Uma nova cor

Apareceu como de nada se tratasse

E da sua boca saíram os vocábulos

Mais espontâneos, triviais e tolos

Que alguma vez tinha escutado.

Palavras em forma de gracejo

Que nada mais fizeram

Senão abrasar o meu desejo

Por conhecer a criatura que se apresentava.

E por instantes julguei

Saber toda a verdade sobre ela,

Apesar de ser a primeira vez

A ouvir tamanho encanto numa só voz.


Quem é esta incógnita que me despertou a atenção?

Quem é ela que adoçou a minha noite por momentos?


É a flor que manteve todo o fervor do Verão

Num entardecer de Outubro.

É o sorriso que levemente

Fez sorrir toda a minha alma

E com a mais pura das calmas

Iluminou todo o meu olhar.

É a onda gigante que lavou

Todas as angústias do meu pensamento.


Vejo-a ao longe

Sinto uma leveza irrequieta dentro de mim.

Olho nos seus olhos

Todo o meu orgulho desvanece.

Inspiro os seus cabelos

Ouço algo divino a falar comigo.

Pego na sua mão

Desperto todos os astros do céu.

Beijo-a...

Apesar de não ver o meu coração,

Sei que ele ganhou uma nova cor.